Paris arde

(Texto escrito entre o incêndio de Notre Dame de Paris e os atentados da Páscoa no Ceilão)

Carlos Ramalhete
6 min readApr 26, 2019
Labaredas infernais

Quando os nazistas tiveram que se retirar da França, as ordens de Hitler eram que Paris fosse queimada. “Paris já arde?”, teria ele perguntado aos seus generais. Nestes nossos tempos assustadores, Hitler tomou popularmente o lugar que pertencia a seu chefe, o Demônio. Mas Paris, apesar dos pesares, não foi queimada por ele. Paris, a Cidade Luz, símbolo da nossa civilização latina, da cultura que soube atravessar os oceanos levando a mensagem da Cruz; Paris, capital da filha mais velha da Igreja, como tanto se chamou a França; Paris, cidade onde reinou São Luís e ensinou São Tomás; Paris, sede maior do esforço humano rumo aos Céus. Paris, onde reinava sobranceira, como um navio poderoso a atravessar as águas do Sena, a Catedral de Notre Dame — Nossa Senhora, a mesma Mãe que o Cristo nos deu da cruz, a mesma Senhora que no Brasil quis-se apresentar com a nossa pele morena sob o título de Aparecida.

Reinava. Pois foi queimada a nave-mãe de nossa sociedade latina, nascida numa manjedoura em Belém, ressuscitada em Jerusalém, conquistadora de Roma pela paz, da mesma Roma que conquistara Atenas pela guerra. Desta saudável mistura nasceram os direitos humanos, o respeito à mulher, o amor à vida como valor absoluto, o respeito à propriedade particular, a noção de que os governantes têm que respeitar limites que não os autoimpostos. E tudo isso teve, no seu momento de maior glória, seu centro, seu foco naquela belíssima obra da arte humana, inimitável nos dias de hoje, que foi a Catedral de Notre Dame. Macron, o governante francês, disse que “a reconstruiremos juntos”. Mentira. Ela não pode ser reconstruída. Não se fala muito nisso, mas as técnicas que foram empregadas em sua construção foram perdidas. Hoje o que se faz é apenas coisa grosseira, perto da arte empregada, do amor derramado, em gerações e mais gerações de operários que ao longo de séculos levantaram aquele monumento ao tremendo amor vivido entre Deus e Seu povo, ao qual todos somos chamados a pertencer.

Não é o primeiro caso, e dificilmente será o último. Apenas nestes últimos dias, cerca de dez igrejas foram violadas ou queimadas na França. De onde vem este ódio? De onde vem esta destruição focada em algo que, infelizmente, para a maioria dos franceses atuais, perdida em seu cartesianismo laico, parece irrelevante? Ainda não há como saber, mesmo porque não se quer que se saiba. Os políticos, jornalistas, juízes, promotores e mesmo, lamentavelmente, grande parte do clero francês prefere viver uma negação, prefere não perceber que persiste o inimigo reconhecido por todos no tempo em que foi erigida a imensa e augusta catedral que hoje consiste de paredes ocas negras, e pouco mais. Persiste, e ataca. Ataca, e domina.

Este inimigo, o maior inimigo da civilização latina, do cristianismo, dos direitos humanos, do respeito à mulher, do respeito à vida humana, é o Islã. Foi o Islã, inventado por um ladrão e pedófilo do Século VII como uma mistura selvagem e cruel de fumaças de cristianismo nestoriano com judaísmo e religiões pagãs autóctones árabes, que destruiu a civilização latina em todo o Norte da África — que costumava ser colônia romana, exatamente como a Europa civilizada, e hoje se resume a tribos em guerra perpétua pelo controle do petróleo que ali existe. Foi o Islã que invadiu e manteve como refém por oitocentos anos a Península Ibérica. Foi o Islã que chegou até o meio da França, sendo vencido por Carlos Martelo na Batalha de Poitiers, sendo forçado a retroceder até a Ibéria. Foi o Islã que dominou a Terra Santa e impediu o culto cristão no seu lugar primeiro. Foi o Islã que manteve tanto os etíopes quanto os maronitas prisioneiros de suas montanhas, incapazes por séculos de se comunicar com o restante da Cristandade por estarem as terras baixas ao redor coalhada de assassinos armados de cimitarras. Foi o Islã que destruiu metade da Índia, no que foi provavelmente o maior genocídio da História.

É este mesmo Islã que, num surto de loucura que ninguém explica, numa imbecilidade tão renitente que duvido até mesmo que seja de causa demoníaca, pois nem um demônio poderia ser tão idiota, a França e outros países europeus vêm convidando a instalar-se “pacificamente” nos territórios que tanto ambicionaram conquistar pelas armas. Hoje na França há quase oitocentas “Zonas Urbanas Sensíveis”, eufemismo burocrático usado para referir-se a bairros inteiros em que a polícia não entra e a lei é o Islã. Nesses bairros, as mulheres têm de andar de véu, sob pena de serem estupradas. Nesses bairros criaram-se já gerações de pessoas que não têm qualquer lealdade para com a terra que acolheu seus pais, a terra onde eles mesmos nasceram, definindo-se como “muçulmano primeiro, argelino [ou qualquer outra que seja a terra de origem de seus pais ou avós] depois”. Francês, não. Latino, cristão, muito menos. São sarracenos, convidados e criados como quem cria cobras para que se lhe mordam ou corvos para que se lhe arranquem os olhos, mimados pelo Estado de Bem-Estar Social francês. Nunca trabalharam, seus pais nunca trabalharam e seus filhos não têm absolutamente razão alguma para o fazer. Para quê, se o seguro-desemprego, mais um pouco de tráfico de drogas ou furto, já suprem as necessidades? Se o Estado Francês já lhes dá um apartamento, e um aumento de pensão a cada filho que nasce para ser educado como arma contra a própria civilização que os acolheu em sua decadência terminal?

Não creio que haja solução, a esta altura do campeonato. Sinceramente, não a vejo. O que fazer com pessoas que nasceram ali, que não conhecem outro lugar? Soltá-las em outro país? Na verdade eles não têm país algum. Sua única lealdade é para com o Islã e para com eles mesmos. Perto deles nossos traficantes parecem anjinhos de candura.

Mas somos cristãos, somos latinos, e não os mataríamos. Seria talvez possível dar-lhes olho por olho e dente por dente, quem sabe? Algo neste sentido poderia ser, por exemplo, carregar os maiores aviões bombardeiros que se tenha com porcos cevados de quatrocentos quilos, e — com aviso prévio, para que ninguém se machuque — atirá-los de alguns quilômetros de altura sobre Meca e Medina, os dois centros sagrados do Islã, para eles quase tão importantes quanto a Catedral que eles queimaram é para nós. Na heresia islâmica, o porco é considerado impuro. Assim, algumas toneladas de carne, tripas, sangue, pelos de porco seriam espalhados por aquelas cidades, forçando-os a um gigantesco trabalho de limpeza e purificação ritual. Mesmo assim, por definição, trabalho menor que a impossibilidade que seria reconstruir a Catedral de Notre Dame tal e qual. E depois se diria a eles que ou bem se comportam, ou da próxima vez caem ali bombas atômicas (igualmente com aviso prévio, claro; não queremos que ninguém se machuque) preparadas para que aquilo tudo brilhe no escuro por algumas dezenas de milhares de anos.

Mas quem teria a coragem de fazer isso? Quem teria o ardor de fazer isso? Quem assumiria a dor, a imensa dor, de uma civilização que vê queimar a casa de sua Mãe?! Quem se alevantaria contra o Antigo Inimigo?

Mais ainda, e de maneira ainda mais básica: quem vai ter a coragem, nessa Europa submissa, castrada, falando fino, de assumir que o inimigo é o mesmo; que enquanto os europeus iam ficando frouxos o inimigo foi ficando aguerrido; que enquanto os europeus não conseguem sequer ter filhos os inimigos os têm em profusão; que enquanto, em suma, os europeus não acreditam em mais nada, os inimigos seguem acreditando nas mentiras que lhes foram pregadas pelo enganador que inventou o Corão?

Ninguém a terá. É esta a triste resposta. E se houver um que se alevante, um homem europeu que ainda honre as calças que veste, de que adiantaria um homem sozinho, sem um povo unido a segui-lo, para retomar a batalha que a civilização opõe à barbárie há tantos séculos?

A barbárie venceu. À pergunta de Hitler, podemos hoje responder: Paris arde.

Que Deus tenha piedade da Europa que O abandonou.

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